SAÚDE – Brasil se prepara para a aposentadoria da vacina oral contra a poliomielite, substituindo-a pela injetável até 4 de novembro.



Em uma decisão histórica, a vacina oral poliomielite (VOP) está prestes a ser oficialmente aposentada no Brasil, sendo substituída pela vacina inativada poliomielite (VIP), que é aplicada de forma injetável. A mudança está prevista para ocorrer até 4 de novembro em todo o país, de acordo com informações da representante do Comitê Materno-Infantil da Sociedade Brasileira de Infectologia, Ana Frota, durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada no Recife.

Ana Frota ressaltou que a VOP, mais conhecida como “gotinha”, contém o vírus enfraquecido e, em condições sanitárias precárias, pode causar casos de pólio derivados da vacina. A substituição da dose oral pela injetável é apoiada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A especialista afirmou que a utilização da VOP somente para controle de surtos, como no caso ocorrido na Faixa de Gaza, no Oriente Médio, é um procedimento lógico.

A mudança no esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil também contempla a adoção exclusiva da VIP no reforço aplicado aos 15 meses de idade e a suspensão da dose de reforço aos 4 anos, uma vez que o esquema com quatro doses já proporciona proteção suficiente contra a doença. Desde 1989, não são registrados casos de pólio no país, porém as coberturas vacinais vêm apresentando queda nos últimos anos.

Durante a pandemia, cerca de 67 milhões de crianças em todo o mundo perderam parcial ou totalmente doses de vacinação de rotina, o que levou a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização a interromper a vacinação contra a pólio por quatro meses. Situações como emergências humanitárias, conflitos e falta de acesso comprometem o alcance das ações de imunização, segundo Ana Frota.

A decisão de aposentar a VOP e adotar a VIP como medida de proteção contra a poliomielite reflete o compromisso das autoridades de saúde em garantir a eficácia e segurança do programa nacional de imunização, seguindo as diretrizes estabelecidas pelas agências reguladoras e organizações internacionais de saúde.

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