Os dados do Inca também apontam que, desse total de casos esperados, aproximadamente 4.230 serão em indivíduos do sexo masculino e 3.700 em indivíduos do sexo feminino. Esta incidência de câncer pediátrico representa cerca de 3% de todos os casos de câncer registrados no Brasil, considerando adultos e crianças.
O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, celebrado em 23 de setembro, destaca a importância de ações educativas e preventivas relacionadas à doença, além de promover debates sobre políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer e apoio aos pacientes e suas famílias.
O Ministério da Saúde aponta um aumento progressivo no número de procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados ao câncer infantil ao longo dos anos. Em 2021, foram realizadas 10.108 cirurgias, número que subiu para 10.115 em 2022 e atingiu 10.526 em 2023. Já os tratamentos de quimioterapia tiveram um aumento gradual, atingindo 17.025 em 2023.
A médica Arissa Ikeda Suzuki, do setor de Oncologia Pediátrica do Inca, destaca que o aumento na incidência de câncer em crianças e adolescentes pode estar relacionado a um maior número de diagnósticos, aliado aos avanços tecnológicos que melhoram a capacidade dos profissionais de saúde de suspeitar e diagnosticar esses casos. Ela ressalta a importância desses avanços no aumento das taxas de cura na oncologia pediátrica.
O tratamento oncológico pediátrico é uma realidade para cerca de 250 a 300 pacientes atendidos pelo Inca a cada ano, com 16 a 20 crianças ou adolescentes frequentemente internados na unidade da Praça da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro. Durante o período de internação, a instituição oferece uma rede de apoio à família do paciente, com o auxílio de assistentes sociais.
Os tumores mais comuns em crianças são as leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas, sarcomas, Nefroblastoma, neuroblastoma e retinoblastoma, enquanto entre os adolescentes destacam-se neoplasias hematológicas, carcinomas e tumores de células germinativas. A detecção precoce desses tumores é essencial para o sucesso do tratamento, e sintomas inespecíficos podem dificultar o diagnóstico na faixa etária pediátrica.
Apesar do desafio que o câncer infantil representa, avanços na tecnologia e no conhecimento dos profissionais de saúde têm contribuído para melhorar as taxas de sobrevivência desses pacientes. Ações educativas, campanhas de conscientização e capacitação dos profissionais de saúde são fundamentais para promover o diagnóstico precoce e o acesso aos tratamentos adequados para crianças e adolescentes com câncer.