SAÚDE – Anvisa discute regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil em meio a polêmicas e alertas sobre saúde pública

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em pauta para a discussão sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil. A reunião, que estava inicialmente agendada para quarta-feira (17), foi adiada devido a problemas técnicos e operacionais identificados no canal oficial de transmissão da agência no YouTube. A proibição da fabricação, comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, como os cigarros eletrônicos, está em vigor desde 2009.

No ano passado, a diretoria colegiada da Anvisa aprovou por unanimidade um relatório técnico que recomendava a manutenção da proibição dos dispositivos, além da adoção de medidas adicionais para combater o comércio irregular desses produtos. Apesar da proibição, a presença dos cigarros eletrônicos em estabelecimentos comerciais e o aumento do consumo, especialmente entre os jovens, têm sido observados.

A consulta pública realizada pela Anvisa em dezembro do ano passado recebeu 7.677 contribuições antes de seu encerramento em fevereiro. A proposta de resolução discutida colocava a manutenção da proibição em questão. A Associação Médica Brasileira (AMB) alerta para os riscos à saúde associados ao uso de cigarros eletrônicos, ressaltando que a maioria deles contém nicotina, uma substância altamente viciante.

Estudos mostram que os cigarros eletrônicos podem apresentar riscos semelhantes aos do cigarro tradicional, aumentando a rigidez arterial e podendo levar a problemas cardíacos. Um surto de doença pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos foi registrado entre 2019 e 2020 nos Estados Unidos, com quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas. No Brasil, o Projeto de Lei 5008/2023, que autoriza a produção, importação, exportação e consumo de cigarros eletrônicos, tramita no Senado.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019 revelou que uma parcela significativa dos estudantes brasileiros já experimentou produtos derivados do tabaco, incluindo o cigarro eletrônico. O Brasil é reconhecido internacionalmente por suas políticas de controle do tabaco, implementando medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde para reduzir o consumo e proteger a população das doenças relacionadas ao tabagismo.

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