SAÚDE – Alimentos no Brasil apresentam resíduos de agrotóxicos acima do permitido, aponta Anvisa


Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um quarto dos alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil apresentam resíduos de agrotóxicos acima do permitido ou sem autorização. A agência ressalta que essa inconformidade é um sinal de erros no processo produtivo e na adoção de boas práticas agrícolas.

O levantamento da Anvisa envolveu uma análise de 1.772 amostras de alimentos coletadas em supermercados de todo o país. Desses alimentos analisados, 41,1% não apresentaram resíduos, 33,9% estavam dentro do limite permitido e 25% tinham resíduos de agrotóxicos em excesso. As amostras são coletadas semanalmente pela vigilância sanitária dos estados e municípios, e cada uma delas é cadastrada em um sistema de gerenciamento antes do envio para análise.

Os resultados do ciclo 2022 do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos revelaram que 67% das amostras puderam ser rastreadas até o distribuidor e 23% até o produtor rural. A Anvisa enfatiza que as amostras são analisadas em laboratórios especializados usando métodos científicos reconhecidos internacionalmente. A pesquisa também identificou que três amostras apresentaram risco agudo para a saúde do consumidor, devido à presença de uma grande quantidade de agrotóxicos em um curto espaço de tempo.

No entanto, a Anvisa também destacou que, em relação ao risco crônico, nenhum dos agrotóxicos pesquisados apresentou exposição pelo consumo de alimentos maior do que a ingestão diária aceitável.

Além disso, a agência apresentou os resultados do ciclo 2018-2019, no qual 33,2% das amostras não tinham resíduos, 41,2% tinham resíduos dentro do limite permitido e 25,6% tinham inconformidades. Durante este ciclo, dezoito amostras apresentaram risco agudo ao consumidor, e 66% puderam ser rastreadas até o distribuidor.

Outro destaque da pesquisa foi a redução do risco agudo na laranja. A Anvisa observou que, no ciclo de 2013/2015, 12,1% das amostras de laranja tinham potencial de risco agudo. Já no ciclo de 2018/2019, o número caiu para 3%, e nas amostras de 2022, ficou em 0,6%. Isso foi atribuído, em parte, à proibição do uso de carbofurano e carbossulfano na cultura de citros, bem como à exclusão do uso de metidationa e formetanato em alimentos como laranja, uva e morango.

A Anvisa ressaltou que, nos últimos dez anos, os dados da pesquisa têm orientado a reavaliação de agrotóxicos no Brasil e contribuído para a elaboração de normas conjuntas com o Ministério da Agricultura e Pecuária. Estes resultados também têm orientado a possibilidade de restrições de determinados agrotóxicos para culturas específicas.

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