Um dos instrumentos mais relevantes nesse processo é o teste do coraçãozinho, um exame simples de oximetria realizado em maternidades ou por pediatras. Esta triagem é capaz de detectar cardiopatias congênitas complexas, permitindo intervenções que podem salvar vidas. A gravidade das condições varia, sendo que algumas podem não apresentar sintomas imediatos, enquanto outras requerem atenção urgente e tratamento logo nos primeiros dias de vida.
A Pró Criança Cardíaca, instituição sem fins lucrativos localizada no Rio de Janeiro, tem sido uma referência no tratamento de crianças com essas condições há três décadas. Com mais de 16 mil pacientes atendidos, a organização procura alertar os cuidadores sobre sinais de alerta em recém-nascidos, como cianose (coloração azulada nos lábios, mãos ou pés), sudorese excessiva em repouso, palidez durante o choro, respiração acelerada, cansaço excessivo e dificuldades em ganhar peso.
As causas dessas malformações são diversas, podendo incluir fatores genéticos ou ambientais, como infecções durante a gestação (por exemplo, rubéola) e o uso de substâncias prejudiciais ou medicamentos inadequados. O risco é especialmente elevado em gravidezes de mulheres mais velhas ou com diabetes descontrolada. A Síndrome de Down também está frequentemente associada a essas condições cardíacas.
Diante do exposto, a realização de um ecocardiograma fetal se torna essencial para gestantes de risco. Embora a detecção antecipada nem sempre seja possível, quando uma cardiopatia congênita é suspeitada, a equipe obstétrica deve preparar a mãe para que o parto ocorra em um hospital que possua a infraestrutura necessária para confirmar o diagnóstico e proporcionar os cuidados adequados ao recém-nascido.
Isabela Rangel finaliza ressaltando que, com o avanço das técnicas cirúrgicas e a melhora dos tratamentos, muitas crianças diagnosticadas precocemente e que recebem o cuidado necessário conseguem crescer e viver com qualidade de vida, transformando o que poderia ser um destino fatal em uma nova esperança.