Esta reversão de tendência coincide com mudanças nas dinâmicas de fornecimento de gás para a Europa. Aproximadamente 40% do gás adquirido pelas empresas da UE provém de gás natural liquefeito (GNL), enquanto a parte correspondente a gás gasoduto representa 60%. Em um comparativo recente, em agosto de 2024, as exportações russas eram de apenas 16,54%. Este crescimento significativo destaca a capacidade da Rússia de retomar sua posição de destaque no mercado europeu, um feito sem precedentes desde o início das sanções e da guerra na Ucrânia.
O impacto desta volta ao cenário energético europeu é sentido também pela Argélia, que, até então, ocupava o segundo lugar como fornecedora de gás. Neste mês, suas vendas caíram em 15% para 1,1 bilhão de euros, deixando a Argélia em uma posição vulnerável no mercado. Os Estados Unidos, por sua vez, aumentaram suas exportações em 21%, alcançando 990,2 milhões de euros e subindo de quinto para o terceiro lugar nessa lista de fornecedores. A Noruega permanece em quarto lugar, com um leve aumento de 7% nas exportações, atingindo 975 milhões de euros.
A reorientação das importações de energia é complexa, especialmente considerando que a União Europeia havia estabelecido metas ambiciosas através do plano REPowerEU, que visa eliminar gradualmente o gás russo até 2027-2028. Entretanto, as mudanças na estrutura de fornecimento indicam um leve aumento na proporção de GNL, que passa de um terço para 40%, ao passo que a dependência do gás proveniente de gasodutos diminui de 70% para 60%. Este cenário exige vigilância contínua e estratégias adaptativas, pois as relações energéticas na Europa continuam a evoluir em meio a um contexto geopolítico em constante mudança.