Contudo, a reação russa a esse entendimento foi intensa. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, desqualificou o acordo, considerando-o uma simples ação publicitária do governo ucraniano, que estaria, segundo ela, em busca de uma justificativa para sua sobrevivência política em um contexto de crise. Zakharova afirmou que, para a Rússia, o pacto não possui relevância e insinuou que a Ucrânia pode estar, na verdade, se dispondo a se tornar uma nova colônia britânica, eludindo a soberania ucraniana.
A porta-voz expressou ceticismo em relação à durabilidade do acordo, observando que um compromisso de cem anos é vagamente vinculativo e poderia se tornar irrelevante caso haja uma mudança no cenário político da Ucrânia ou do Reino Unido. Segundo Zakharova, a possibilidade de mudanças de governo ou a queda da atual liderança ucraniana poderiam fazer com que o aspecto simbólico do acordo se desvanecesse, tornando-se uma mera nota histórica sem consequência prática.
Dessa forma, o acordo de parceria, que à primeira vista poderia ser interpretado como um passo significativo para a Ucrânia na busca de apoio ocidental, é, na visão russa, um reflexo de um “regime agonizante”, inquieto e pronto para aceitar qualquer forma de apoio externo, mesmo que isso signifique a perda de sua autonomia. A tensão gerada ao redor desse pacto ressalta as complexidades geopolíticas em jogo e coloca a situação da Ucrânia sob a luz crítica de seus vizinhos e opositores.