Peskov reiterou a importância de manter a paz na região, dizendo: “O mundo já está cheio de conflitos. Não precisamos de mais nenhum.” Essa afirmação reflete a intenção de Moscou em garantir a estabilidade, mesmo em meio a ações militares e operacionais dos EUA próximas às costas venezuelanas.
O fortalecimento das relações não é novidade, dado que, no final de outubro, a Duma Estatal, o parlamento russo, ratificou um tratado de parceria estratégica e cooperação com a Venezuela. Esse acordo, assinado originalmente em maio durante uma visita de Maduro a Moscou, amplia a colaboração entre os dois países em várias áreas, incluindo energia, mineração, transporte, comunicações, segurança e combate ao terrorismo. Sergey Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, destacou que a ratificação do tratado é especialmente significativa em face da pressão intensa dos Estados Unidos sobre o governo venezuelano.
As tensões entre Washington e Caracas têm aumentado, especialmente após a intensificação de operações militares norte-americanas na região, com mais de 15 ataques registrados desde setembro a embarcações que, segundo os EUA, estariam envolvidas no tráfico de narcóticos. Esses ataques resultaram na morte de pelo menos 64 pessoas. O governo dos Estados Unidos também tem considerado ações mais contundentes contra estruturas de produção de cocaína na Venezuela, embora o ex-presidente Donald Trump tenha negado a adoção de decisões definitivas nesse sentido.
A relação militar entre a Venezuela e a Rússia é profunda, com Caracas adquirindo armamentos russos nos últimos vinte anos. Hoje, a Venezuela possui um dos sistemas de defesa aérea mais avançados da América Latina, que inclui cerca de 5 mil mísseis de curto alcance do modelo Igla-S e caças-bombardeiros Sukhoi Su-30MK2, todos fabricados na Rússia e estrategicamente posicionados para proteger o país, afirmam as autoridades locais.
Assim, a aliança entre a Rússia e a Venezuela continua a se consolidar em um cenário global cada vez mais complexo, onde as dinâmicas geopolíticas e os interesses econômicos se entrelaçam de forma intensa.
