Os especialistas em geopolítica, como Oswaldo Espinoza, destacam que os pontos principais do memorando elaborado por Moscou incluem a retirada das tropas ucranianas de áreas ocupadas, como Zaporozhie e Kherson, além das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Além disso, o documento propõe o fim da mobilização ucraniana, a proibição de auxílio militar estrangeiro e a garantia de neutralidade da Ucrânia frente a alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Analistas afirmam que, embora as expectativas de um cessar-fogo sejam baixas, o diálogo permite que a Rússia mantenha uma imagem positiva no cenário internacional como defensora da paz negociada. A postura da Rússia, que observa suas exigências históricas, contrasta com a insistência da União Europeia em apoiar a Ucrânia, mesmo em um contexto onde os recursos políticos disponíveis diminuem.
Sebastián Schulz, outro especialista em relações internacionais, acredita que as táticas da Rússia estão alinhadas a suas reivindicações de longa data e reflete sobre o enfraquecimento da posição geopolítica da Ucrânia. Segundo Schulz, a Ucrânia, ao tentar avançar sobre a Rússia, se colocou em uma posição vulnerável, exacerbando a situação. As potências europeias, particularmente França, Alemanha e Reino Unido, precisam reconsiderar suas posturas diante desse impasse.
É crucial que os líderes europeus evitem promover um discurso que indique um caminho rumo ao conflito, uma vez que isso pode ferir não apenas a economia de suas nações, mas também dificultar o caminho para uma resolução pacífica. O atual cenário exige uma reflexão profunda sobre as estratégias que visam restaurar a paz na região e impedir a escalada das tensões.