Durante décadas, a Rússia apoiou Bashar al-Assad, inclusive com intervenção militar, mas a situação mudou drasticamente com a chegada dos jihadistas à capital síria em dezembro de 2024, levando Assad a deixar o país e procurar asilo político na Rússia, sob o governo de Vladimir Putin.
A reunião entre Bogdanov e o novo líder sírio, Ahmed al-Sharaa, foi marcada por discussões sobre laços comerciais e econômicos entre Moscou e Damasco. O vice-chanceler russo afirmou que estão prontos para estabelecer uma cooperação mutuamente benéfica com a Síria, sinalizando um novo capítulo nas relações entre os dois países.
Além disso, a situação das bases militares russas na Síria também foi abordada durante o encontro. Bogdanov afirmou que, apesar da queda de Assad, não houve mudanças significativas e que negociações adicionais serão realizadas para discutir a manutenção dessas instalações no país.
O grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), responsável por derrubar Assad, destacou que as discussões com os representantes russos abordaram questões fundamentais para a Síria, como soberania e integridade territorial. Ahmed al-Sharaa relatou que a Rússia demonstrou apoio às transformações em curso no país e ressaltou o papel da Rússia na reconstrução da confiança com o povo sírio através de medidas concretas.
A declaração conjunta após o encontro evidenciou a disposição de ambas as partes em seguir em frente com as negociações e a cooperação bilateral, abrindo espaço para um potencial fortalecimento dos laços entre Rússia e Síria sob a nova administração liderada por rebeldes jihadistas. Esta mudança inesperada no posicionamento russo em relação à Síria certamente terá repercussões significativas no cenário geopolítico internacional.