Zakharova destacou que as informações sobre o envio de 12 mil soldados norte-coreanos para participar das operações na Ucrânia surgiram inicialmente na mídia ucraniana. Ainda nas suas declarações, a porta-voz apontou que essa especulação está relacionada às demandas de Kiev para que Seul fornecesse armamento letal à Ucrânia nos últimos dois anos. A fala de Zakharova sugere uma visão crítica da Rússia em relação à postura da Coreia do Sul, insinuando que os sul-coreanos estão sendo influenciados pelo que ela descreve como regime de Kiev.
A situação ganhou mais complexidade quando, em 21 de outubro, o embaixador da Rússia, Georgy Zinoviev, foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul. A decisão foi tomada em resposta a relatos não confirmados sobre o envio de tropas norte-coreanas, o que levou a Sul a expressar sua preocupação. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também contribuiu para a narrativa, comentando sobre a natureza contraditória das informações que circulam a respeito dessa alegação, sugerindo que diferentes partes estão dando relatos sobre o assunto que se contradizem.
Em um contexto mais amplo, essa polêmica reflete a fragilidade das relações de segurança na região e a maneira como as dinâmicas internacionais continuam a evoluir em tempos de conflito armado. O primeiro-ministro sul-coreano, Yoon Suk Yeol, teve que convocar uma reunião de emergência para discutir questões de segurança a partir dessas informações. A Casa Branca, por outro lado, se absteve de confirmar qualquer envolvimento da Coreia do Norte na crise ucraniana, mantendo uma postura cautelosa, uma vez que tanto a Aliança Atlântica quanto outras alianças diplomáticas parecem estar monitorando de perto a situação.
Esses acontecimentos destacam a complexidade das interações internacionais na atualidade, onde uma alegação pode acirrar tensões e influenciar decisões políticas substanciais. A questão do apoio militar e da cooperação entre nações que historicamente têm interesses divergentes continua a ser um ponto nevrálgico nas relações geopolíticas contemporâneas.