Abu Zuhri ressaltou que a liderança do Hamas valoriza profundamente o posicionamento da Rússia, especialmente em um contexto onde tentativas dos Estados Unidos de impor resoluções contra o movimento palestino foram frustradas. A declaração do porta-voz ecoa um sentimento crescente entre os líderes do Hamas de que a Rússia pode atuar como um contrapeso aos interesses ocidentais, permitindo que a Palestina busque uma reestruturação mais autêntica e menos influenciada por potências ocidentais.
Recentemente, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, mediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos, o que trouxe uma redução temporária nas hostilidades que resultaram em grande perda de vidas, com mais de 46 mil palestinos e cerca de 1.200 israelenses mortos nos últimos 15 meses. O acordo, que entrou em vigor no dia 19 de janeiro e terá duração de 42 dias, prevê também a elevação da ajuda humanitária que deverá aumentar significativamente, com 600 caminhões de suprimentos sendo enviados diariamente.
Além de abordar a reconstrução, o presidente francês Emmanuel Macron enfatizou a necessidade de restaurar a governança da Autoridade Palestina na Faixa de Gaza durante conversa com Mahmoud Abbas, o líder palestino. Essa restauração é vista como fundamental para garantir a estabilidade e prevenir futuras crises.
As negociações e as diferentes fases acordadas entre os envolvidos no cessar-fogo buscam não apenas a libertação de reféns, mas também o fim do bloqueio e um desmantelamento das forças israelenses na região. Este é apenas o segundo cessar-fogo estabelecido no conflito, sendo que o primeiro, ocorrido em novembro de 2023, durou apenas seis dias.
A esperança por uma reconstrução eficaz e um futuro mais pacífico para Gaza está entrelaçada com a expectativa de que diferentes potências internacionais, especialmente a Rússia, possam alterar as dinâmicas de poder e influenciar positivamente os processos de paz na região.