Os ativos em questão são predominantemente oriundos de investidores e empresas ocidentais, e a utilização destes recursos será classificada pelo governo russo como uma ação equivalente às medidas hostis tomadas por outras nações contra sua economia. De acordo com Siluanov, “se os países ocidentais decidiram usar nossos ativos e os rendimentos desses ativos, o lado russo está implementando as mesmas ações”. Essa declaração ressalta um ciclo de medidas reciprocais que tem caracterizado a atual relação entre a Rússia e o Ocidente.
Desde o início do conflito na Ucrânia, as ações de bloqueio econômico têm se intensificado, com a UE e o G7 liderando esforços para restringir o acesso da Rússia a quantias significativas de seu capital internacional. Dentro desse bloqueio, cerca de 200 bilhões de euros estão atualmente retidos em contas na Euroclear, um dos principais sistemas de compensação e liquidação financeira global. Em uma abordagem adicional, o G7 também anunciou um empréstimo à Ucrânia, com o valor de 50 bilhões de dólares, que será pago com os juros dos ativos congelados russos, o que Moscou classificou como uma apropriação indevida.
O governo russo, por sua vez, tem denunciado essas práticas, considerando o congelamento de ativos russos na Europa como um ato de roubo. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia já afirmou que essas medidas não afetam apenas fundos privados, mas também uma variedade de recursos estatais, o que intensifica ainda mais a tensão entre os países envolvidos.
Esta nova fase de confronto econômico não apenas destaca as desavenças políticas, mas também coloca em evidência os desafios que a economia global enfrenta em um contexto de sanções e retaliações, criando um cenário de incertezas para investidores e países aliados. O desdobramento dessa situação poderá ter efeitos significativos no mercado financeiro internacional, além de provocar um recalibramento das estratégias econômicas tanto da Rússia quanto das nações que impuseram as sanções.