Rússia condiciona diálogo nuclear a uma mudança na política antirrussa dos EUA, afirma vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov.



O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou que qualquer possibilidade de diálogo entre Moscou e Washington sobre questões nucleares está condicionada a uma mudança significativa na política antirrussa dos Estados Unidos. Em suas recentes afirmações, Ryabkov enfatizou a necessidade de a Casa Branca revisar sua abordagem antes que se possa considerar qualquer discussão sobre o arsenal nuclear. Segundo ele, as declarações do presidente Joe Biden, que sugerem a disposição de negociar armas nucleares sem condições explícitas, foram interpretadas como uma estratégia para “enganar” a comunidade internacional.

A situação é complexificada pela limitação imposta pelo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), o único acordo de controle de armas ainda vigente entre as duas superpotências. Este tratado, que expira em fevereiro de 2026, impõe limites rigorosos ao arsenal nuclear de ambos os países, permitindo um máximo de 700 mísseis implantados, 1.550 ogivas nucleares e 800 vetores adicionais. Contudo, a credibilidade desse acordo foi colocada em questão após os Estados Unidos abandonarem o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 2019, o que levou a um aumento das tensões bilaterais.

A Rússia suspendeu sua participação nas negociações do START III em fevereiro de 2023, como parte de uma avaliação abrangente das capacidades nucleares de seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como Reino Unido e França, que não estão sujeitas a supervisão internacional. Este movimento é visto por Moscou como uma resposta à falta de transparência e um chamado para que os EUA reconheçam o que consideram desequilíbrios nas políticas nucleares globais.

Em um contexto mundial cada vez mais volátil, especialistas alertam que a falta de diálogo sobre armas nucleares pode levar a um aumento do risco de escalada militar, especialmente em regiões críticas. A necessidade de um entendimento mútuo e de protocolos de controle de armas mais robustos é mais premente do que nunca, se a comunidade internacional espera evitar uma nova corrida armamentista. Assim, as palavras de Ryabkov destacam um caminho incerto para a diplomacia entre as potências nucleares nos próximos anos.

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