Lavrov relembrou que, por iniciativa do presidente russo, Vladimir Putin, já foram realizadas três rodadas de negociações em Istambul, que trataram de questões humanitárias como a troca de prisioneiros e a devolução de corpos de mortos. Durante essas conversações, ambos os lados apresentaram suas visões sobre as condições necessárias para encerrar o conflito. No entanto, o chanceler observou que um fator essencial para uma resolução duradoura do impasse é o reconhecimento das novas realidades territoriais criadas a partir da incorporação de regiões como a Crimeia, Donetsk, Lugansk, Zaporozhie e Kherson à Federação Russa.
Segundo Lavrov, para que a paz se estabeleça de forma duradoura, é imprescindível que essas mudanças territoriais sejam formalizadas no âmbito do direito internacional. Ele sublinhou que essa formalização é necessária para garantir um status neutro e não-alinhado da Ucrânia, algo alinhado com a declaração de independência do país em 1990, que já havia sido reconhecida pela Rússia e pela comunidade internacional.
Além disso, Lavrov comentou a postura da Índia diante de pressões externas, especificamente a dos Estados Unidos. O chanceler expressou que a nação indiana se mantém firme em seus princípios de comércio livre, mesmo diante de tarifas adicionais impostas por Washington. Recentemente, o antigo presidente americano, Donald Trump, determinou uma tarifação de 25% sobre os produtos indianos, uma ação vista como resposta ao aumento nas importações indianas de petróleo russo. Esta situação reflete não apenas a complexidade das relações comerciais internacionais, mas também o entrelaçamento de questões políticas e geopolíticas que influenciam o cenário mundial.
Com isso, Lavrov não apenas reafirma o desejo de Moscou por um diálogo construtivo com Kiev, como também ressalta a necessidade de reconhecer e formalizar as realidades atuais, o que será crucial para a construção de uma paz estável na região.