O mês de dezembro de 2024 foi particularmente marcante, pois a Rússia bateu o recorde de envios mensais, com 3,25 milhões de toneladas exportadas, um aumento de 1,3% em relação ao mês anterior. A despeito da crescente hostilidade da retórica política europeia em relação às importações de GNL russo, 52% do total de suas exportações foi direcionado para o velho continente. Nesse contexto, a França se destacou como o maior comprador, adquirindo 6,3 milhões de toneladas, seguida por Espanha, Bélgica e Países Baixos.
Além do mercado europeu, a Ásia também desempenhou um papel crucial nas transações de GNL, respondendo por 45% das remessas, com a China e o Japão sendo os principais importadores. A China, por exemplo, ficou com 7 milhões de toneladas, enquanto o Japão importou 5,7 milhões. No entanto, não deixou de ser notável também a drástica queda na quantidade de GNL enviada à Turquia, que teve uma diminuição significativa, caindo para 445.000 toneladas em comparação ao ano anterior.
Esses resultados chegam em um momento no qual a União Europeia, buscando aumentar a pressão sobre o Kremlin, impôs novas sanções que proíbem a reexportação de GNL russo por seu território. Contudo, especialistas acreditam que, em vez de reduzir o fluxo de gás russo, essas restrições podem acabar consolidando ainda mais a presença da Rússia no mercado europeu, especialmente à medida que a primavera de 2025 se aproxima e essas medidas começarão a ser implementadas.
A resiliência das exportações de GNL na Rússia destaca não apenas a habilidade do país em navegar por um ambiente geopolítico adverso, mas também a complexidade e interdependência das economias globais, onde vendedores e compradores continuam a se engajar, mesmo diante de barreiras comerciais e sanções.