Entretanto, ele também alertou que as circunstâncias estão mudando drasticamente. Peskov informou que a Rússia revisou seus conceitos sobre a utilização de suas armas nucleares, tendo em vista a possibilidade de que potenciais ataques à sua soberania, especialmente aqueles envolvidos com outras potências nucleares, poderiam levar a um uso defensivo deste tipo de armamento. “Se uma potência nuclear ajudar outro país a atacar o nosso território, isso pode ser razão para o uso das armas nucleares”, declarou ele, enfatizando a gravidade da situação atual.
A conversa com a mídia internacional também abordou as relações da Rússia com outros países, como o Brasil, que Peskov descreveu como tendo uma relação de “amor”. Ele foi questionado sobre a adesão do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, ao que respondeu prontamente que a Rússia apoia esse direito natural do Brasil. Apesar de reconhecer que o processo de reforma do Conselho é complexo e prolongado, Peskov reiterou sua convicção de que, em um mundo realmente multipolar, há espaço para uma maior representatividade de países como o Brasil.
Essas declarações refletem não apenas uma estratégia diplomática da Rússia em um momento de tensão global, mas também uma tentativa de moldar a narrativa em torno de suas intenções e posicionamentos no cenário internacional, especialmente em meio a um contexto de escalada de conflitos e alegações de opressão. O diálogo sobre as armas nucleares e a segurança global parece estar mais intenso do que nunca, com a Rússia se posicionando como uma potência que, embora ciente de sua força, busca preservar a paz em meio ao caos que a cercam.