Ruínas históricas de Forte de Tabatinga emergem com seca do Rio Solimões, revelando tesouro arqueológico do Amazonas. Maior seca dos últimos 40 anos.



A seca severa que assola a região do Alto Solimões neste ano trouxe à tona um verdadeiro tesouro arqueológico do Amazonas: as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Essa descoberta foi possível devido ao baixo nível das águas do Rio Solimões, que atingiu a menor cota já registrada na história, com -0,94 metro em Tabatinga, culminando na maior seca dos últimos 40 anos.

O Forte São Francisco Xavier de Tabatinga, construído no século XVIII, desempenhou um papel estratégico na defesa contra as incursões espanholas na região. Inicialmente erguido de taipa e coberto de palha, posteriormente foi reconstruído em alvenaria entre 1872 e 1874. Esse local de importância histórica estava submerso no fundo do rio, mas ressurgiu graças à seca atual, revelando ruínas que há muito tempo estavam ocultas.

O historiador Luiz Ataíde, apaixonado pela região do Alto Solimões, há duas décadas investiga vestígios desse período histórico. Entre os artefatos encontrados estão peças de louça e munições usadas pelos militares que ocuparam o forte. A área onde se localiza o Forte São Francisco Xavier de Tabatinga foi palco de disputas territoriais entre Portugal e Espanha, tendo sua soberania garantida ao governo português pelo Tratado de Madri em 1750.

Para manter viva a memória dos militares que defenderam a região, o Exército Brasileiro ergueu um memorial que replica parte da estrutura do forte. O espaço, localizado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, em Tabatinga, reúne canhões e outros artefatos da época, permitindo que os visitantes conheçam um pouco mais sobre a história da região.

Apesar de ter sido inundado pelas águas do Solimões em 1932, o Forte São Francisco Xavier continua sendo um símbolo de resistência e bravura. Atualmente, encontra-se inscrito no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Essa descoberta arqueológica, impulsionada pela seca do Rio Solimões, evidencia a importância de preservar e estudar o patrimônio histórico do Amazonas. A região do Alto Solimões, conhecida como a “porta de entrada” do rio no Brasil, revela sua rica história por meio dessas ruínas históricas que emergem do fundo das águas.

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