No Brasil, a realidade é bastante diferente. A instabilidade no comando técnico dos times é uma marca registrada das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Em 2024, por exemplo, apenas 7 dos 20 técnicos que iniciaram o campeonato conseguiram terminá-lo no comando de suas equipes. Na Série B, as trocas de técnicos são ainda mais frequentes, com 28 mudanças ao longo da competição.
A pressão da torcida e das redes sociais acaba por amplificar qualquer tropeço no futebol brasileiro. Os torcedores digitais e as hashtags virais exercem uma grande influência na opinião pública, colocando ainda mais pressão sobre a diretoria e os jogadores. Dessa forma, uma fase ruim pode facilmente se transformar em uma crise insustentável.
Um exemplo recente dessa pressão é o caso do Bahia. Mesmo enfrentando resultados negativos e uma torcida inquieta, o CEO do Grupo City, Ferran Soriano, optou por manter o técnico Rogério Ceni no cargo. Em uma declaração, Soriano comparou Ceni a Guardiola, afirmando que o treinador brasileiro possui um nível de sofisticação semelhante. Essa decisão de manter Ceni reflete a confiança no trabalho do treinador, mesmo em um momento desafiador.
Enquanto no Manchester City Guardiola ainda é considerado peça fundamental para reverter a situação do time, no Brasil a paciência e a confiança no trabalho dos treinadores ainda são vistas como um luxo. A postura do Grupo City em manter Rogério Ceni mesmo diante dos resultados ruins mostra que até os melhores treinadores enfrentam fases difíceis, e que a diferença está na confiança e no tempo concedidos para superar os desafios.