Agora, com a volta do período chuvoso no Distrito Federal, a apreensão reacende entre os moradores, que temem reviver todos os horrores do passado. A Vila Cauhy fica às margens do córrego Riacho Fundo, que transbordou de maneira brutal em janeiro passado, causando estragos e colocando a vida de muitos em risco.
A situação se agrava com a falta de medidas preventivas adequadas, como a construção de muros de gabião para conter e direcionar o fluxo das águas. Moradores como Cláudia Leão, autônoma de 56 anos, lamentam a falta de investimento em infraestrutura na região e alertam sobre a vulnerabilidade contínua em que vivem.
Outro morador, Robério Neves, aposentado de 58 anos, compartilha da angústia de perder tudo nas chuvas e viver sob constante ameaça. A falta de ação efetiva por parte do Poder Público preocupa não apenas os moradores, mas também especialistas, como o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, Frederico Flósculo.
Flósculo ressalta a importância de obras complexas e estudos detalhados para garantir a segurança da Vila Cauhy, além do papel crucial da Defesa Civil e do GDF na proteção da população em situações de risco. O remanejamento de famílias vulneráveis para áreas seguras também é uma medida urgente e necessária, embora a complexidade do tema exija uma abordagem cuidadosa e abrangente.
Enquanto isso, as autoridades locais, como a Novacap, justificam a falta de ação efetiva devido à situação de irregularidade da região, o que coloca em xeque a efetividade das intervenções emergenciais. A Defesa Civil também é chamada a se pronunciar sobre as demandas da comunidade e as orientações dos especialistas.
Em meio à incerteza e ao medo de um novo desastre, a população da Vila Cauhy se vê no limbo entre a esperança de soluções concretas e a resignação diante da inação das autoridades. Enquanto isso, a natureza implacável segue seu curso, exigindo respostas urgentes e eficazes para proteger vidas e lares daqueles que mais precisam.









