O Governo do Estado, representado pelo governador Eduardo Leite, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 7, destacou a gravidade da situação, alertando para a necessidade de evitar o retorno às áreas mais afetadas, como o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha, que ainda correm risco de novas enchentes e deslizamentos nos próximos dias, especialmente a partir de sexta-feira, 10.
Além das preocupações com inundações e deslizamentos, as autoridades estão apreensivas com a onda de frio e o retorno da chuva, o que agrava a situação das pessoas que aguardam resgate, muitas delas ainda na água ou desabrigadas. O cenário é descrito como um verdadeiro estado de guerra pelo vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes.
A região sul do Estado, que já enfrenta aumento no nível da Lagoa dos Patos, está no caminho do escoamento das águas da região metropolitana, o que gera ainda mais preocupação. Municípios como Pelotas já determinaram a evacuação de localidades devido aos riscos iminentes.
Com mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas, o Estado enfrenta uma escassez de recursos básicos como água potável, alimentos e cobertores. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, lançou um apelo por doações de cobertores para as cerca de 10 mil pessoas em abrigos na capital.
A situação climática é agravada pela formação de um ciclone extratropical na costa da Argentina, que pode influenciar no clima do Estado. A previsão indica uma queda brusca na temperatura nos próximos dias, com mínimas previstas de até 5ºC.
Diante desse cenário crítico, várias regiões do Estado, como Pelotas, Bagé e Rio Grande, estão em alerta para tempestades, com riscos de danos severos em edificações, cortes de energia elétrica e transtornos no transporte. Outras áreas também estão sujeitas a fortes chuvas, ventos intensos e queda de granizo, o que aumenta a preocupação das autoridades e da população local.
A situação exige um esforço conjunto das autoridades, organizações humanitárias e da população em geral para enfrentar os desafios impostos por essa crise climática sem precedentes no Estado do Rio Grande do Sul. As próximas semanas serão decisivas para a recuperação das áreas afetadas e a assistência às pessoas que ainda se encontram em situação de vulnerabilidade.
