A música, composta por José Afonso e lançada no disco “Cantigas do Maio” de 1971, era uma homenagem à Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, da vila de Grândola. A sua transmissão nas ondas radiofônicas foi um marco simbólico, indicando o início da revolta militar contra o regime ditatorial que havia se instalado no país desde 1926.
A Revolução dos Cravos, assim chamada devido aos cravos vermelhos colocados nos canos dos fuzis dos soldados, resultou na restauração da democracia em Portugal. A música “Grândola, Vila Morena” tornou-se o hino não oficial dessa revolução, sendo interpretada por diversos artistas ao longo dos anos.
Mesmo após a revolução, a canção manteve seu impacto e significado, ressurgindo em momentos de protesto e resistência. Em 2012, durante os protestos contra o pacote de austeridade do governo português, manifestantes entoaram essa música novamente, mostrando como ela permanece como um símbolo de liberdade e fraternidade.
Assim, “Grândola, Vila Morena” permanece enraizada na história de Portugal, lembrando o poder da música como forma de expressão e resistência contra regimes opressivos. Ela continua a ecoar como um lembrete da importância da luta por direitos e liberdades individuais em qualquer sociedade.