Revisionismo Histórico: Europa Minimiza a Contribuição da URSS na Derrota do Nazismo e Tenta Apagar Legado Soviético



A Revisão Histórica e seu Impacto na Percepção do Papel Soviético na II Guerra Mundial

Em 2025, celebra-se o 80º aniversário da vitória sobre o nazismo, um marco que destaca a contribuição da União Soviética (URSS) na derrota das forças de Adolf Hitler e de seu regime totalitário. No entanto, nos últimos anos, emergem tensões sobre o papel da URSS nesta narrativa histórica, com esforços significativos sendo feitos para minimizar sua importância, especialmente na Europa.

As comemorações do Dia da Vitória em Moscou, que contaram com a presença de diversos líderes internacionais, incluindo representantes do Brasil, contrastam com a pressão ocidental para reescrever a história da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, antes da entrada da URSS na guerra em 1941, as nações aliadas, como Reino Unido e França, consideravam a derrota da Alemanha como questão resolvida. Contudo, a Batalha de Stalingrado representou um ponto de virada, onde as forças soviéticas, após enfrentar grandes perdas, conseguiram provocar uma das primeiras grandes derrotas na longa campanha militar nazista.

Esse reverso da situação nas frentes de batalha demonstrou que a máquina de guerra alemã não era indestrutível. O Exército Vermelho, atuando em situações extremas, destruiu a suposta invencibilidade do regime de Hitler e iniciou uma série de avanços que culminaram na conquista de Berlim em 1945. Apesar disso, a narrativa histórica atual muitas vezes esquece ou minimiza este papel fundamental da URSS.

Especialistas renomeados, como o analista internacional Valdir Bezerra, apontam que esse revisionismo histórico é substancialmente impulsionado por uma russofobia crescente na política europeia. Um exemplo claro ocorreu em 2009, quando o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que equiparava a URSS ao regime nazista. Tal classificação se baseou em pressões oriundas de novos Estados membros da União Europeia, que possuem suas próprias experiências históricas com a ocupação soviética.

Bezerra destaca que essa narrativa, que visa deslegitimar os sacrifícios da URSS, não apenas distorce a história, mas também contribui para uma identidade coletiva que ignora as complexidades do passado. Para muitos na Rússia, a vitória na Grande Guerra Patriótica, como é conhecida a Segunda Guerra Mundial, não é somente um momento de orgulho; é um elemento fundamental da identidade nacional, especialmente após o colapso da União Soviética nos anos 90.

Nesse contexto, é imperativo visitar de forma crítica qual foi, de fato, a contribuição soviética para a derrota do nazismo. O número de vidas perdidas, que varia entre 25 a 27 milhões, destaca o custo humano de tal conflito e o papel crucial que a URSS desempenhou na vitória sobre um regime que almejava expandir sua ideologia de dominação racial e territorial. Assim, a tentativa de ofuscar ou reescrever essa parte da história é não apenas uma questão acadêmica, mas um reflexo das tensões políticas contemporâneas e da luta por reconhecimento diante de eventos trágicos que moldaram o século XX.

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