Haddad afirmou que a Câmara tem um poder muito grande e que é preciso construir moderação em relação aos outros Poderes. Após a repercussão do comentário, o ministro esclareceu que não se referia a pessoas ou a uma legislatura específica da Câmara, mas sim à instituição como um todo. Ele também afirmou que sua pasta possui uma relação de parceria tanto com a Câmara quanto com Lira, com quem já conversou para tentar desfazer a confusão.
O cancelamento da reunião foi confirmado por líderes partidários e aliados de Lira. Eles estranharam a declaração de Haddad sobre o poder da Câmara e ressaltaram que sempre tiveram boa vontade com a Fazenda. Segundo eles, a Câmara exerce um papel institucional e democrático de independência, ajudando o Executivo desde o ano passado em diversas medidas importantes.
Haddad, ao comentar sua própria fala, afirmou que seus comentários não se referiam à atual legislatura. Ele explicou que suas reclamações foram tomadas como críticas à atual legislação e que estava falando do fim do presidencialismo de coalizão. Segundo o ministro, tudo o que ele tem feito é dividir com o Congresso e o Judiciário as conquistas obtidas.
O ministro também disse que conversou com Lira para esclarecer o assunto. Segundo ele, fez questão de ligar para o presidente da Câmara e garantir que o mal-entendido fosse resolvido. O cancelamento da reunião, segundo o Ministério da Fazenda, não foi motivado pela declaração de Haddad.
No entanto, líderes na Câmara afirmaram que a fala de Haddad gerou ruído entre os deputados e avaliaram que seria melhor remarcar o encontro. Nesta terça-feira, os líderes se reunirão novamente com Lira para discutir o arcabouço fiscal, mas a presença de Haddad ainda não foi confirmada.
Em meio a esse impasse, é importante destacar que a crise econômica continua a afetar não só o Brasil, mas também outros países da região. Na Argentina, por exemplo, o dólar oficial teve um aumento de 22% e o governo adotou medidas para controlar o câmbio e subir os juros, após a vitória da extrema direita nas primárias. Essa situação demonstra a fragilidade econômica da América Latina como um todo e a necessidade de buscar soluções para os desafios que ainda estão por vir.