Reunião no Senado une judeus e muçulmanos em apelo à paz em meio ao conflito no Oriente Médio.



Uma reunião no Senado promovida pela Comissão de Educação (CE) na última sexta-feira (17) fez um apelo à paz no Oriente Médio, em meio ao conflito entre Israel e Hamas que já deixou mais de 12 mil mortos. O debate foi sobre a inclusão de datas religiosas judias e muçulmanas no calendário nacional, previstas no projeto de lei PL 3.483/2023.

O autor do projeto, senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), enfatizou a importância do debate em um momento delicado e destacou a união de muçulmanos e judeus em defesa da paz. O senador frisou que, apesar de ser um evento pequeno, a discussão ganhou importância em meio ao conflito.

O diretor da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Luiz Kignel, ressaltou o simbolismo de um mesmo projeto de lei garantir o reconhecimento de datas importantes para as duas comunidades. Ele também destacou a necessidade de paz no Oriente Médio e a luta contra crimes de ódio.

Mustafa Goktepe, presidente do Instituto pelo Diálogo Intercultural, reforçou que o projeto sinaliza a necessidade de respeito e convivência em harmonia em todas as partes do mundo. Já Attila Kus, secretário-Geral do Centro Islâmico e de Diálogo Inter-religioso e Intercultural, ressaltou a importância do projeto para combater o antissemitismo e a islamofobia.

Sheikh Mohamed Al Bukai, Imam da Mesquita Brasil, enfatizou que o projeto dá uma sensação de pertencimento para ambas as comunidades e se torna ainda mais relevante no momento em que ocorre o conflito no Oriente Médio. O Rabino David Weitman, da Sinagoga Beit Yaacov da Congregação e Beneficência Sefaradi Paulista, também destacou que o Brasil é um exemplo de convivência e respeito entre as religiões.

O projeto em questão inclui no Calendário Oficial da República Federativa do Brasil o Rosh Hashaná, o primeiro dia do Ano Novo judaico, o Yom Kipur, o Dia do Perdão, e o Eid al-Fitr, o fim do Ramadã para os muçulmanos. Além disso, foi sugerido que mais uma data comemorativa do calendário islâmico seja incluída no projeto pelo relator, senador Carlos Portinho (PL-RJ).

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2010 havia quase 110 mil judeus no Brasil, a segunda maior comunidade judaica da América Latina. Já o número total de muçulmanos no Brasil era de pouco mais de 35 mil pessoas, mas a comunidade cresceu 29,1% entre os anos 2000 e 2010, enquanto o crescimento da população brasileira, no mesmo período, foi de 12,3%.

O debate foi marcado pela união de judeus e muçulmanos em prol da paz no Oriente Médio, e ressaltou a importância da convivência harmoniosa entre as duas comunidades no Brasil. O projeto PL 3.483/2023 representa um passo significativo na valorização e reconhecimento das datas religiosas judias e muçulmanas, além de promover a luta contra o antissemitismo e a islamofobia. A discussão destacou o papel do Brasil como exemplo de convivência e respeito entre as religiões, e reforçou a mensagem de que é possível viver em harmonia, independente das diferenças religiosas.

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