Durante a reunião, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, fez um apelo contundente para que a União Europeia tome medidas mais firmes contra Israel, sugerindo que não apenas suspenda o acordo de associação, mas que implemente sanções específicas contra líderes que estejam obstruindo o processo de paz, mencionando explicitamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Albares enfatizou a urgência das ações, afirmando: “Todos nós precisamos implementar um embargo de armas a Israel para deter a guerra em Gaza, uma ferida aberta para a humanidade”. Suas declarações apontam para uma crescente pressão internacional sobre Israel em resposta ao agravamento da situação humanitária na região.
Mauro Vieira, durante sua intervenção na reunião, criticou a comunidade internacional pela aparente inação diante da crise em Gaza, a qual ele descreveu como um “massacre” de civis. O ministro destacou a responsabilidade global, afirmando que, em um mundo conectado, a falta de ação não pode ser justificada. “Na verdade, ninguém poderá alegar desconhecimento sobre as atrocidades em curso, transmitidas diariamente ao vivo pelos meios de comunicação”, asseverou ele, clamando por uma resposta mais decisiva.
A situação em Gaza é crítica. Desde o início da escalada de violência em 2023, que se intensificou em meados de maio, os números são alarmantes, com relatorios indicando mais de 60 mil mortes, sendo a maioria civis, incluindo mulheres e crianças. As condições humanitárias estão se deteriorando rapidamente, levantando preocupações globais sobre a necessidade urgente de uma solução pacífica e sustentável.
O encontro em Madri tentou, portanto, não apenas discutir a possibilidade de um Estado palestino, mas também refletir sobre a responsabilidade da comunidade internacional em agir. Os debates foram um chamado à ação, em um momento em que o mundo observa, mas parece reticente em responder de forma eficaz a uma crise que demanda atenção imediata.