Walid elogiou a coordenação entre a Embaixada do Brasil em Beirute e a FAB, que se mostraram cruciais para a evacuação dos cidadãos brasileiros. Ele ressaltou que a operação priorizou o retorno de idosos, gestantes e crianças, o que, segundo ele, prolongou um pouco sua permanência. Smidi já havia sido separado de sua família, uma vez que seu filho fora resgatado no primeiro voo. Contudo, sua esposa e três filhos ainda estão no Líbano, e ele aguarda ansiosamente a possibilidade de eles serem repatriados em voos futuros.
O repatriado, que possui dupla nacionalidade e estava no Líbano para visitar familiares, não pôde prever a eclosão do conflito que rapidamente transformou sua viagem em um pesadelo. “A guerra é assim, você não sabe se vai sobreviver até o dia de amanhã”, afirmou. A operação de repatriação continua, com novas missões programadas para resgatar outros brasileiros que ainda estão em áreas de alto risco.
O conflito em si tem suas raízes em tensões políticas e militares na região. Desde o início de outubro, o conflito entre Israel e o Hezbollah intensificou-se, resultando em ataques aéreos em larga escala e uma crise humanitária profunda. Com mais de 1.500 mortos e cerca de um milhão de desalojados em decorrência dos bombardeios, a situação se torna cada vez mais desesperadora para os civis.
O Hezbollah, grupo que surgiu em resposta a invasões israelenses na década de 1980, agora se encontra em um centro de uma crise que não afeta apenas o Líbano, mas o equilíbrio regional, refletindo as complexidades do Oriente Médio contemporâneo. À medida que as tensões continuam, a repatriação dos brasileiros é apenas uma parte do complicado panorama humanitário que se desenrola nesta área do mundo.