Em um áudio obtido pela PF, gravado em 8 de novembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, relata a um interlocutor (supostamente endereçado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes) que o então presidente estava recebendo visitas de pessoas que estavam “propondo uma ruptura institucional” e pressionando-o a tomar ações mais drásticas para reverter o resultado das eleições.
A PF afirmou que “Mauro Cid descreve a atuação do deputado federal no sentido de propor uma ruptura constitucional com base na interpretação anômala do artigo 142 da Constituição”. Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente, grupos bolsonaristas têm espalhado a ideia de que o Artigo 142 da Constituição Federal, que regula o papel das forças armadas, poderia ser usado como base para rejeitar o novo governo.
Os dados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) obtidos pela PF confirmam que Pazuello esteve no Palácio da Alvorada no dia 7 de setembro de 2022, passando quase 11 horas na residência oficial, das 7h30 às 18h20. Cid também estava presente no local.
No momento em que Pazuello apresentou a proposta a Bolsonaro, segundo Cid, o então presidente “desconversou e nem quis saber”. No entanto, em um acordo de colaboração, Mauro Cid teria afirmado, de acordo com a PF, que o General Pazuello “integrava o grupo de radicais que queriam reverter o resultado das eleições”.
Até o momento, Pazuello não se manifestou publicamente sobre as acusações.