Atualmente, o monitoramento indica que cerca de 40 mil objetos estão em órbita da Terra, sendo aproximadamente 11 mil deles satélites em operação. No entanto, a quantidade total de lixo espacial é estimada em 54 mil objetos com mais de 10 centímetros de diâmetro, e ainda mais assombrosos são os números referentes a detritos menores, com cerca de 1,2 milhão de peças entre 1 e 10 centímetros, além de 130 milhões de fragmentos medindo de 1 milímetro a 1 centímetro. Esses pequenos detritos, embora pareçam inofensivos, podem causar danos significativos a espaçonaves e a satélites vitais, incluindo a Estação Espacial Internacional e o Telescópio Espacial Hubble.
Diversos fatores contribuem para esse dilema, sendo que os eventos de fragmentação de objetos espaciais – que podem ocorrer devido a colisões ou falhas operacionais – adicionam detritos à órbita a uma taxa mais rápida do que os mesmos conseguem reentrar na atmosfera terrestre e serem eliminados. O alerta sobre a necessidade de um plano de despoluição ativa do espaço se torna urgente, com cientistas afirmando que a simples redução de novos lançamentos de satélites não será suficiente para resolver o problema.
Apesar do cenário preocupante, há avanços a serem celebrados. O ano de 2024 apresentou um aumento nas reentradas atmosféricas controladas, com cerca de 90% dos estágios de foguetes em órbitas baixas cumprindo os novos padrões de desativação em conformidade com as regras estipuladas pela ESA. Com mais da metade desses corpos retornando de forma controlada, a esperança é que essas práticas possam, aos poucos, contribuir para a manutenção de um ambiente orbital mais seguro.