Relatório da CPMI do 8 de Janeiro é apresentado pela senadora Eliziane Gama com pedido de indiciamento de Bolsonaro e militares.

A senadora Eliziane Gama, do Partido Social Democrático do Maranhão, apresentou na terça-feira (17) o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O documento contém nada menos que 1.333 páginas e foi elaborado após cerca de cinco meses de trabalho intenso. O presidente do colegiado, deputado Arthur Maia, do partido União-BA, concedeu prazo até às 9h desta quarta-feira (18) para a solicitação de vista coletiva e convocou a votação do parecer para o mesmo dia.

De acordo com Eliziane, o relatório é embasado nas diversas oitivas realizadas e nos centenas de documentos que chegaram até a comissão de inquérito. A relatora solicitou o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.

A senadora ressalta que os golpes modernos, tanto de esquerda quanto de direita, não são realizados com tanques, cabos e soldados. Os golpes contemporâneos devem utilizar a violência de forma controlada e não aparentar ser um golpe.

Eliziane destaca que esses golpes começam com uma guerra psicológica, baseada em mentiras, campanhas difamatórias, disseminação do medo e fabricação do ódio. A repetição constante desses elementos, potencializada pelas redes sociais e pelo ecossistema digital, faz com que muitos percam a noção da realidade. O golpe avança quando ocorre a apropriação dos símbolos nacionais e a tentativa de captura ideológica das forças de segurança, tornando, então, importante atacar as instituições e descredibilizar o processo eleitoral.

Além de requerer o indiciamento de Jair Bolsonaro, a relatora também solicita o indiciamento de militares que fizeram parte do governo Bolsonaro, como o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa; o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; e o general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Outros nomes próximos a Bolsonaro e que atuaram em órgãos de segurança durante o governo anterior também estão na lista de indiciados, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. Eliziane também sugere o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli.

Além disso, o relatório recomenda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, que seria instalado na parte externa do Senado Federal, como forma de reforçar que o Brasil é um Estado democrático de direito e que no dia 8 de janeiro de 2023, a democracia foi atacada.

Os parlamentares da oposição ainda irão apresentar votos em separado, ou seja, relatórios paralelos, que se concentrarão na suposta omissão do governo federal no dia do ataque, nas prisões de manifestantes e na recusa de Bolsonaro em reconhecer o golpe.

Maiores informações sobre o relatório da senadora Eliziane Gama podem ser encontradas no link disponibilizado.

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