Historicamente, os Estados Unidos foram o principal parceiro comercial de quase todos os países sul-americanos. Entretanto, esta relação tem se reconfigurado, com exceção de nações como Equador e Colômbia. A situação se acirrou recentemente com troca de palavras entre Trump e Gustavo Petro, presidente colombiano, especialmente sobre questões de imigração e tarifas, resultando em um ambiente diplomático tenso.
Nesse contexto, a China, por meio de sua diplomacia ativa, tem se posicionado como uma alternativa robusta. O embaixador chinês na Colômbia destacou que as relações entre os dois países estão em seu “melhor momento”, refletindo uma crescente aproximação. A estratégia americana, que inclui a imposição de tarifas de 25% sobre aço e alumínio provenientes do exterior, como anunciado em fevereiro, parece ter o efeito oposto ao desejado, promovendo uma realocação do comércio para a China.
A criação de um megaprojeto portuário no Peru, chamado Chancay, é outro fator que simboliza essa mudança. Apesar das ameaças de tarifas norte-americanas contra países que utilizarem este porto, especialistas em relações internacionais, como a professora Carol Wise, acreditam que, com o tempo, os países da América do Sul podem optar por ignorar tais sanções, devido ao volume de comércio que estão desenvolvendo com a China.
As medidas de Trump, ao forçarem um alinhamento econômico mais próximo da Ásia, podem acabar por reforçar a independência da América do Sul, que busca novas vias de desenvolvimento e parcerias comerciais que não estejam atreladas às imposições dos EUA. Assim, enquanto a Casa Branca tenta reafirmar seu controle, a realidade sugere que a região está se voltando cada vez mais para o Oriente, abrindo uma nova era de colaborações comerciais e diplomáticas.