Reinstalação de Placa do Beco da Rapariga Desconhecida Revive História Boêmia de Maceió e Gera Polêmica entre Moradores

No coração do histórico bairro de Jaraguá, em Maceió, a placa do conhecido “Beco da Rapariga Desconhecida” foi reinstalada recentemente, após um intenso clamor da comunidade e dos frequentadores do local. O ato aconteceu na última sexta-feira, dia 12, como resposta a um erro anterior de produção que havia trocado a plaqueta com características patrimoniais por uma versão comercial.

O nome “Beco da Rapariga Desconhecida” está profundamente enraizado na memória boêmia da região, uma conexão que o escritor Carlito Lima elabora ao se referir à história do lugar. No final do século XIX, o bairro tornou-se o lar de imponentes casarões pertencentes a comerciantes e políticos, erigidos em frente ao porto. Contudo, com o passar do tempo e a urbanização crescente, os imóveis passaram a abrigar trapiches, bares e casas noturnas, o que conferiu à localidade uma nova dinâmica.

Por mais de sessenta anos, Jaraguá foi visto como um ponto de encontro de figuras ilustres e autoridades, que frequentavam a região também conhecida por sua relação com a prostituição. Um marco importante na história recente ocorreu em 1969, quando o governo do estado optou pelo fechamento das boates, o que resultou na demolição de parte da arquitetura histórica do bairro. Apesar disso, um movimento cultural se formou, resultando no tombamento do conjunto histórico, uma conquista importante que refletiu o valor patrimonial da área.

Posteriormente, a Confraria do Sardinha instituiu um memorial em homenagem às mulheres que foram fundamentais na preservação dos casarões, estabelecendo o “Memorial da Rapariga Desconhecida”. O lugar, que agora reitera sua importância cultural e histórica, teve sua placa restaurada para refletir a verdadeira essência do turismo e da memória coletiva.

A mudança na sinalização foi discutida com produtores culturais da cidade, como Hélvio, mais conhecido como “Tio Rex”, que enfatizou que a antiga plaqueta possuía características turísticas que atraíam a atenção dos visitantes, enquanto a nova versão era meramente comercial. O episódio reafirma não apenas a luta por manter viva a história do bairro, mas também a importância do envolvimento da comunidade na preservação do patrimônio cultural e histórico de Maceió.

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