Reformista surpreende e vence eleições presidenciais no Irã, que enfrenta apatia da população e divisão dos conservadores



Nas últimas semanas, o cenário político do Irã passou por uma reviravolta após a trágica morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero. O anúncio dos candidatos aprovados para concorrer à sucessão surpreendeu a todos ao incluir um nome inesperado: Masoud Pezeshkian, um médico alinhado aos reformistas e que havia sido barrado da disputa em 2021, que elegeu Raisi. Com uma votação expressiva de 16,3 milhões de votos, Pezeshkian derrotou o ex-chanceler Saeed Jalili no segundo turno, conquistando a presidência do país.

Nascido no Azerbaijão Ocidental, Pezeshkian se destacou como um dos representantes mais vocais da etnia azeri no Irã. Sua trajetória incluiu a atuação como médico e combatente na guerra Irã-Iraque, seguida pela dedicação à cirurgia cardíaca e à direção de uma escola de medicina. Uma tragédia pessoal em 1994, quando perdeu a esposa e um dos filhos em um acidente de carro, moldou sua postura resiliente e compassiva, que o acompanhou ao longo de sua carreira política.

Ao longo dos anos, Pezeshkian enfrentou desafios e críticas, sobrevivendo a um processo de impeachment no Parlamento iraniano em 2003 e tornando-se uma voz opositora ao governo de Ahmadinejad. Sua defesa das minorias étnicas, sua participação na administração pública e sua postura alinhada aos reformistas o tornaram uma figura controversa, mas com credenciais sólidas entre seus apoiadores.

A decisão de Pezeshkian de concorrer à presidência em 2024 foi marcada por resistências e críticas, tanto da oposição ao regime quanto de setores da sociedade que questionam a legitimidade das eleições no país. Sua presença nas urnas foi vista como uma tentativa de mostrar pluralidade na disputa, impulsionar o comparecimento dos eleitores e melhorar a imagem do regime perante a comunidade internacional.

No entanto, apesar de sua vitória nas eleições, os números de comparecimento às urnas permanecem baixos, levantando questionamentos sobre a legitimidade do sistema político iraniano. A escolha de Pezeshkian como presidente traz consigo a esperança de mudanças e modernizações, mas também o desafio de reconquistar a confiança de uma população descrente e cética em relação ao governo. A trajetória e as promessas do novo presidente iraniano serão acompanhadas de perto nos próximos anos para avaliar seu real impacto e transformação no país.

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