Recrutamento forçado de crianças por grupos rebeldes e narcotraficantes na Colômbia atinge 184 casos em 2023, revela Defensoria do Povo.

No ano passado, a Colômbia registrou 184 casos de recrutamento forçado de crianças e adolescentes, a maioria proveniente de comunidades indígenas, por grupos rebeldes e narcotraficantes. As vítimas, com idades entre 9 e 17 anos, foram alvo desse crime, com o maior número de casos correspondendo à faixa etária de 14 a 17 anos. A entidade responsável por combater violações de direitos humanos, a Defensoria do Povo, revelou que no ano de 2023, foram identificados um total de 184 casos de recrutamento de menores, dos quais 110 eram meninos e adolescentes, e 74 eram meninas e adolescentes.

De acordo com a Defensoria, cerca de 68,4% dos menores recrutados faziam parte de comunidades indígenas, sendo este grupo populacional o mais afetado pelo delito. Os departamentos mais afetados foram Cauca, Norte de Santander, Nariño, Putumayo, Arauca, Valle del Cauca e Caquetá. A entidade apontou que os principais responsáveis pelo recrutamento foram dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com 91,1%, seguido pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), com 7%, outros grupos com 1,3%, e esquadrões de direita das Autodefensas Unidas da Colômbia, com 0,6%.

O chefe da Defensoria, Carlos Camargo, fez um apelo ao Governo Nacional para que desenvolva protocolos de atendimento e assistência especializada, visando garantir os direitos dos menores urgentemente. Enquanto isso, o presidente colombiano, Gustavo Petro, busca uma saída final dialogada para seis décadas de guerra interna e violência, após o histórico acordo de paz que desarmou a maior parte das Farc.

No entanto, a Defensoria destacou que esses números não refletem a realidade da situação na Colômbia, pois há um subregistro. A autoridade responsável pelos direitos das crianças atendeu 196 casos de crianças recrutadas em 2023. Além disso, a Unidade de Busca de Pessoas Desaparecidas informou que recebeu 3.198 pedidos de rastreamento de crianças com paradeiro desconhecido durante o conflito na Colômbia.

Vale ressaltar que o país vive um conflito armado impulsionado pelo narcotráfico que, em seis décadas, deixou 9,5 milhões de vítimas, a maioria deslocadas. Neste contexto, fica evidente a necessidade de medidas urgentes por parte do governo colombiano para proteger a população mais vulnerável, especialmente as crianças e os adolescentes, que continuam sendo vítimas de recrutamento forçado por grupos armados.

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