De acordo com a Defensoria, cerca de 68,4% dos menores recrutados faziam parte de comunidades indígenas, sendo este grupo populacional o mais afetado pelo delito. Os departamentos mais afetados foram Cauca, Norte de Santander, Nariño, Putumayo, Arauca, Valle del Cauca e Caquetá. A entidade apontou que os principais responsáveis pelo recrutamento foram dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com 91,1%, seguido pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), com 7%, outros grupos com 1,3%, e esquadrões de direita das Autodefensas Unidas da Colômbia, com 0,6%.
O chefe da Defensoria, Carlos Camargo, fez um apelo ao Governo Nacional para que desenvolva protocolos de atendimento e assistência especializada, visando garantir os direitos dos menores urgentemente. Enquanto isso, o presidente colombiano, Gustavo Petro, busca uma saída final dialogada para seis décadas de guerra interna e violência, após o histórico acordo de paz que desarmou a maior parte das Farc.
No entanto, a Defensoria destacou que esses números não refletem a realidade da situação na Colômbia, pois há um subregistro. A autoridade responsável pelos direitos das crianças atendeu 196 casos de crianças recrutadas em 2023. Além disso, a Unidade de Busca de Pessoas Desaparecidas informou que recebeu 3.198 pedidos de rastreamento de crianças com paradeiro desconhecido durante o conflito na Colômbia.
Vale ressaltar que o país vive um conflito armado impulsionado pelo narcotráfico que, em seis décadas, deixou 9,5 milhões de vítimas, a maioria deslocadas. Neste contexto, fica evidente a necessidade de medidas urgentes por parte do governo colombiano para proteger a população mais vulnerável, especialmente as crianças e os adolescentes, que continuam sendo vítimas de recrutamento forçado por grupos armados.