O recorde de pedidos de RJs em um ano de crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) do país pode parecer contraditório à primeira vista. O Banco Central estimou que o PIB cresceria 3,5% em 2024, gerando um cenário positivo para a economia. No entanto, a economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian, aponta que os juros ainda estão em um nível elevado, o que pode explicar o aumento dos pedidos de recuperação judicial.
Dados revelam que, em dezembro do ano passado, 31,6% das empresas brasileiras estavam inadimplentes, o que representou uma queda em relação aos meses anteriores, mas ainda mostrou um aumento em comparação ao ano anterior. Ainda assim, a economista observa que o aumento da taxa Selic ainda não teve um grande impacto nos processos de Recuperação Judicial, já que os efeitos dos juros demoram a surtir efeito no mercado.
O estudo também identificou que as micro e pequenas empresas foram as mais afetadas, totalizando 1.676 pedidos de recuperação judicial, seguidas pelas médias e grandes companhias. O setor de serviços foi o mais impactado, seguido pelo comércio, setor primário e indústria.
Por outro lado, o número de falências em 2024 apresentou uma diminuição, totalizando 949 pedidos, sendo as micro e pequenas empresas as mais afetadas. Apesar do aumento nos pedidos de recuperação judicial, a economista da Serasa aponta que o crescimento econômico do ano pode ter contribuído para evitar uma quebradeira ainda maior de empresas.
Portanto, o aumento nos pedidos de recuperação judicial reflete um cenário complexo e desafiador para o mercado empresarial, mesmo em um ano de crescimento econômico. É importante que as empresas busquem medidas para se reerguerem e superarem as dificuldades financeiras.