Reabilitação do Almirante Othon: Especialistas clamam por reparação após injustiças da Lava Jato no pai do programa nuclear brasileiro



Na última quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, o vice-almirante Othon Pinheiro da Silva, considerado o pai do programa nuclear brasileiro, foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Esta distinção simbólica representa um marco importante na recuperação de sua imagem, abalada durante a complexa Operação Lava Jato, que culminou em sua prisão sob alegações controversas. O reitor da UFBA, Paulo César Miguez, enfatizou a relevância do trabalho de Othon para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil, ressaltando a necessidade de uma maior colaboração entre civis e militares em prol dos interesses nacionais.

Ainda na mesma semana, Othon recebeu a Medalha Henrique Morize, concedida pela Academia Brasileira de Letras. Essa sequência de honrarias não apenas valida o legado do vice-almirante, como também ocorre em um momento crítico em que ele enfrenta um tratamento contra o câncer aos 85 anos. A reabilitação da sua reputação está sendo pautada por diversas vozes na comunidade acadêmica e política, que buscam corrigir o que consideram abusos judiciais sofridos por ele.

A crítica à Operação Lava Jato se intensifica com a formação de grupos como a rede “Lawfare Nunca Mais”, que defende Othon e busca expor as fragilidades do sistema jurídico que pode ter sido utilizado como ferramenta de perseguição à ciência e inovação no país. Em conferências, especialistas discutem a importância do trabalho de Othon, que foi fundamental para a autonomia do Brasil na geração de energia nuclear, incluindo o desenvolvimento de tecnologia de enriquecimento de urânio.

Graduado em engenharia naval e com mestrado no renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Othon inseriu o Brasil em um seleto grupo de países capazes de enriquecer urânio. Sua contribuição para a criação de um submarino nuclear também é destacada como um passo crucial para assegurar a defesa e os recursos marítimos brasileiros. Apesar das turbulências políticas e da prisão que travou os avanços do programa nuclear, especialistas alertam que o setor ainda possui um potencial significativo, dependente de vontade política e de uma mudança na percepção pública sobre a energia nuclear e suas aplicações pacíficas.

A reintegração de figuras como Othon Pinheiro da Silva ao debate sobre a política científica e nuclear é vista como essencial para revitalizar o setor. Para especialistas, o reconhecimento de sua trajetória não apenas restaurará sua honra pessoal, mas também pode atuar como um catalisador para a nova geração de cientistas e profissionais comprometidos com o avanço tecnológico do Brasil. Em suma, a história de Othon transcende sua pessoa, refletindo as complexidades da política e da ciência no Brasil contemporâneo.

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