Cientistas britânicos alertam que o aumento da incidência de radiação tem causado danos à fauna antártica, com potenciais consequências para aves e mamíferos marinhos. Dois anos após o surgimento do buraco de ozônio, os efeitos prejudiciais ainda estão sendo observados, principalmente devido à quantidade sem precedentes de fumaça liberada na atmosfera pelos incêndios florestais na Austrália.
Uma pesquisa publicada na revista científica Global Change Biology destaca os impactos negativos da radiação UV na fauna antártica, resultado direto das mudanças climáticas e dos incêndios devastadores. A seca associada às mudanças climáticas tem contribuído para a formação do buraco de ozônio, comprometendo a barreira protetora contra a radiação solar nociva.
Os cientistas enfatizam que a radiação UV-B, em particular, representa uma ameaça tanto para a vida selvagem como para os seres humanos. O excesso de radiação tem levado o krill, um crustáceo fundamental na cadeia alimentar antártica, a migrar para águas mais profundas, afetando pinguins, baleias e outras espécies que dependem desse alimento.
O Acordo de Montreal, assinado em 1987, foi essencial para reduzir o uso de substâncias químicas prejudiciais à camada de ozônio, permitindo sua recuperação gradual. No entanto, o reaparecimento do buraco de ozônio sobre a Antártica e seu prolongamento nos últimos anos são um lembrete dos desafios contínuos enfrentados pela comunidade internacional na proteção do meio ambiente e da vida selvagem.
Portanto, é fundamental que medidas sejam tomadas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e preservar a camada de ozônio, garantindo um ambiente saudável para as espécies vulneráveis da Antártica e para as gerações futuras.