Manifestações racistas não têm espaço no Brasil, tampouco no mundo, porém, lamentavelmente, persistem, notavelmente em nossos campos de futebol. A prática odiosa de chamar jogadores negros de “macacos” tem sido recorrente e, infelizmente, longe de ser uma novidade. O caso mais recente envolve o talentoso jogador Vini Jr., que começou sua jornada em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Contudo, o problema não está restrito ao Brasil. Recentemente, foi a vez da seleção argentina protagonizar um episódio lamentável após a decisão da Copa América. Mesmo vencendo a Colômbia na final, alguns jogadores argentinos optaram por debochar de atletas negros da seleção francesa, incluindo o excepcional Kylian Mbappé. Essas ofensas preconceituosas ressoaram de maneira similar ao ocorrido durante a Copa do Mundo no Qatar, mostrando que certos jogadores argentinos têm um histórico de comportamentos discriminatórios. Pedir desculpas, embora essencial, não é suficiente; o crucial é erradicar completamente essas atitudes desrespeitosas e discriminatórias.
Em resposta ao incidente, a Federação Francesa de Futebol apresentou uma denúncia formal à Justiça e à FIFA, acusando os envolvidos de proferirem palavras ofensivas e de cunho racista. Além disso, o Chelsea, clube inglês onde joga Enzo Fernandez, anunciou a abertura de um processo disciplinar contra o jogador. No entanto, a experiência mostra que as sanções aplicadas em casos semelhantes tendem a ser excessivamente brandas. O preconceito racial precisa ser extirpado definitivamente do futebol.
Relembrando a história, o Brasil tem uma longa trajetória de atos racistas no esporte. Um exemplo marcante data de 1950, quando, durante a decisão do campeonato carioca entre América e Vasco da Gama, o talentoso atacante do América, Maneco, foi apelidado de “Saci” em alusão pejorativa à sua cor de pele. Esse episódio ilustra que o racismo enraizado no futebol é uma “doença” antiga.
Por outro lado, a vice-presidente argentina, Victoria Villaruel, reagiu às críticas globais com um tom desafiador, afirmando que “nenhum país colonialista nos intimidará por uma canção de torcida ou por dizermos verdades que não querem admitir.” Essa declaração levanta um questionamento inquietante: estará ela validando os atos insanos de alguns dos seus jogadores? Tal postura, evidentemente, é inaceitável e fora de propósito, pois o verdadeiro progresso exige o reconhecimento e a condenação firmes do racismo em qualquer esfera.
No contexto mundial, em uma era em que a igualdade e o respeito devem prevalecer, é inadmissível que comportamentos racistas ainda encontrem espaço em nossos estádios. As autoridades do futebol, juntamente com a sociedade em geral, precisam intensificar os esforços para garantir que tais manifestações sejam rigorosamente punidas e, finalmente, erradicadas.