Queda do Petróleo Alerta Argentina: Vaca Muerta e Economia em Risco de Colapso com Preços Abaixo de US$ 70



A recente queda nos preços internacionais do petróleo, que despencou mais de 14% em apenas cinco dias, lança uma sombra sobre a economia argentina, especialmente sobre o campo de Vaca Muerta, localizado na província de Neuquén. Essa formação geológica, rica em hidrocarbonetos não convencionais, tem sido vista como uma das principais apostas do governo na atração de investimentos e fortalecimento das exportações. Contudo, o cenário agora é bastante incerto.

Durante 2024, o setor energético argentino alcançou um superávit comercial impressionante de mais de US$ 5,6 bilhões, o maior número registrado desde 2006. Contudo, a recuperação dos preços do petróleo, agora abaixo de US$ 70 por barril, pode comprometer significativamente esse desempenho e impactar a balança comercial do país. De acordo com uma análise, se o preço do petróleo brent se consolidar em torno de US$ 64, a Argentina poderá perder cerca de US$ 1,1 bilhões em exportações de petróleo neste ano, um golpe considerável para uma economia que já enfrenta dificuldades.

Além do impacto nas exportações, a baixa no preço do petróleo pressiona a rentabilidade das empresas que operam na região de Vaca Muerta, o que pode desencorajar novos investimentos. A situação é complicada ainda mais pelo declínio concomitante dos preços da soja, outro pilar da economia argentina. O presidente Javier Milei enfrenta um desafio adicional nesta conjuntura: a negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um novo empréstimo de cerca de US$ 20 bilhões. A diminuição nas receitas de exportação pode dificultar as exigências de acumulação de reservas que são comuns nesses acordos.

Os especialistas alertam que, se os preços do petróleo se mantiverem abaixo de US$ 45 por barril, a exploração de Vaca Muerta pode não ser mais viável, ameaçando tanto a expectativa de crescimento do setor quanto a estabilidade econômica do país. Apesar dos alarmes, alguns analistas ressaltam que, embora a situação seja preocupante, ela não coloca a subsistência do setor de hidrocarbonetos em risco imediato. O foco, agora, deverá ser no fortalecimento da macroeconomia, que deve sinalizar estabilidade e atratividade para os investidores.

O futuro do projeto hidrocarboneto argentino dependerá não apenas da recuperação dos preços internacionais, mas também de como o país se adaptará ao novo cenário global e organizará sua economia em tempos de incerteza.

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