Quando deixar o poder, Bolsonaro deve enfrentar uma enxurrada de denúncias


Estima-se que quando Jair Bolsonaro deixar de ser presidente, e, consequentemente perder o poder, deverá enfrentar uma enxurrada de denúncias com vários possíveis crimes praticados durante sua vida e também durante seu conturbado mandato presidencial.

Não é só a atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta recentemente no Senado que atordoa a vida do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos.

Certamente a atuação do governo liderado pelo chefe do clã na falta de ações efetivas para conter a pandemia e, consequentemente, diminuir o número de mortes, pode levar a chamada ‘familícia’ ao banco dos réus. Bolsonaro deverá responder pelas mais de 400 mil mortes registradas oficialmente pela Covid-19 no Brasil e pelo fato de não ter feito praticamente nada para conter essa catástrofe. Além disso, Bolsonaro também pode ser responsabilizado por promover diversas ações de aglomerações, levando a mensagem para seus seguidores e brasileiros em geral de que a pandemia ‘era apenas uma gripezinha’. O presidente deve ser chamado à responsabilidade por não ter providenciado a tempo a compra de vacinas, tão necessárias para evitar as mortes de tantos brasileiros e brasileiras. Bolsonaro é chamado pela oposição de genocida.

Várias investigações em andamento têm como alvo principal os filhos do presidente, notadamente Flávio e Carlos, o Carluxo. Os dois são investigados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. O trabalho da CPMI foi reforçado, desde o fim do ano passado, por um delegado e um perito criminal especializados em crime cibernético.

Depoimentos à comissão denunciaram a participação de Carlos e Eduardo em campanhas na internet para atacar adversários políticos, com uso frequente de notícias falsas. Há, inclusive, suspeitas de que o esquema seja bancado por verba pública. A suposta organização criminosa dos filhos do presidente e outros parlamentares e empresários tem no chamado ‘gabinete do ódio’ o grande arauto de ressonância de notícias falsas contra adversários da família.

Outra frente de investigação, desta vez no Supremo Tribunal Federal (STF) investiga os ataques a membros da corte e do Congresso por grupos bolsonaristas. A investigação, que tramita em sigilo, teve acesso às informações colhidas pela CPMI das Fake News e pode se tornar outra fonte de preocupação para Eduardo e Carlos Bolsonaro, identificado pela PF como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news.

No rastro das investigações que assolam a família, o senador Flávio Bolsonaro vem tendo muita dor de cabeça por conta da sua atuação quando era deputado estadual no Rio de Janeiro e teria comandado um grande esquema de ‘rachadinha’, se apropriando da maior parte dos salários dos assessores parlamentares. Com isso, segundo investigação do MP-Rio, o senador teria amealhado uma fortuna, estimada em quase R$ 2 milhões.

Este esquema era comandado pelo ex-militar, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e amigo de Jair Bolsonaro desde a década de 1980. Queiroz passou a ser investigado em 2018 depois que o Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira) identificou diversas transações suspeitas.

*Com informações da BBB Brasil

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