Ricardo Cabral, analista internacional e editor do canal História Militar em Debate, destacou que esse diálogo reflete um padrão na abordagem da administração Trump, que já buscava estabelecer contatos com autoridades russas anteriormente. Para ele, a troca recente de prisioneiros entre os dois países é uma evidência clara do esforço mútuo para reaproximar as relações. Cabral observou que essa ação coincide com a visita de Steve Witkoff, enviado especial de Trump para o Oriente Médio, a Moscou, sugerindo que as duas questões podem estar interligadas no âmbito das negociações diplomáticas.
No contexto da Ucrânia, Cabral argumenta que o acordo de paz está se tornando uma expectativa realista, mas enfatiza que os interesses dos Estados Unidos e da Rússia predominarão sobre os de Kiev. Segundo o analista, a autonomia do governo ucraniano tem se debilitado sob forte influência ocidental, o que levanta preocupações sobre a verdadeira capacidade do país de participar das negociações de maneira independente. Ele observa que a administração Zelensky tem seguido uma postura ditada por vozes ocidentais, especialmente durante a gestão de Biden e Boris Johnson.
Cabral também sugere que a continuidade das negociações dependerá da participação de altos representantes da Casa Branca, e que a pressão de Trump pode favorecer uma abordagem mais conciliadora em relação a um cessar-fogo. Entretanto, ele acredita que Putin pode exigir uma ação contrária, optando por um cessar-fogo apenas após um acordo formal. Adicionalmente, há rumores de que Zelensky, sob crescente pressão, poderia ser substituído por um líder que adotasse uma postura mais favorável a negociações com a Rússia.
Por fim, o analista conclui que a União Europeia, apesar de suas declarações retóricas, estará atenta às diretrizes dos Estados Unidos no tocante à política de segurança e defesa na região, já que a capacidade de resistência europeia vem se mostrando insuficiente diante da influência americana. Tal cenário sugere que a relação entre as potências pode estar em vias de uma transformação, com repercussões significativas para a estabilidade global nos próximos anos.