O cerco de Leningrado, que durou de 1941 a 1944, foi um dos episódios mais devastadores da Segunda Guerra Mundial. Durante mais de dois anos, a cidade foi isolada pelas forças alemãs, levando a uma grave escassez de alimentos e recursos. Estima-se que milhões de pessoas tenham perdido a vida, seja por fome, bombardeios ou doenças. A dura realidade enfrentada pelos habitantes da cidade está registrada na história como um exemplo de resistência e sofrimento.
Ao traçar um paralelo entre o cerco e o Holocausto, que resultou na morte de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista, Putin parece buscar enfatizar a intensidade do sofrimento enfrentado pelos cidadãos soviéticos. Esse tipo de comparação, no entanto, é delicada e pode gerar debates acalorados sobre a natureza e a magnitude das diversas tragédias do século XX.
Analistas e historiadores têm discutido essa declaração e seu significado no contexto político atual. A Rússia, sob o comando de Putin, tem enfrentado um isolamento internacional e tensões com o Ocidente, especialmente em relação à Ucrânia. Ao resgatar memórias históricas, Putin pode estar tentando reforçar a identidade nacional e o orgulho russo, ao mesmo tempo em que justifica ações políticas e militares contemporâneas.
Essa declaração, portanto, não apenas resgata a memória de um passado sombrio, mas também se insere em um discurso mais amplo sobre a história da Rússia e suas implicações no presente. Assim, o cerco a Leningrado é relembrado não apenas como um evento de dor, mas como um elemento chave na formação da narrativa nacional russa.