No comunicado, o PT afirma que não tem dúvidas em apoiar Massa, destacando a importância da integração regional para promover a justiça social, a paz, a democracia e o desenvolvimento. A nota é assinada pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e pelo Secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira.
Sergio Massa é ministro da Economia no governo de Alberto Fernandez e representa uma coalizão que reúne partidos de esquerda, centro e direita. Ele enfrentará o libertário Javier Milei no segundo turno, marcado para o dia 19 de novembro. Embora Massa tenha ficado em primeiro lugar no primeiro turno, as pesquisas indicam uma disputa acirrada.
Enquanto Massa defende propostas de desenvolvimento e justiça social, Milei segue uma linha mais liberal, pregando a dolarização da economia argentina, redução de gastos públicos e de impostos, além da desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.
A nota do PT ressalta a importância dessa eleição, pois representa a disputa de dois projetos de sociedade. O partido enaltece a candidatura de Massa como democrática e popular, enquanto classifica Milei como representante da extrema-direita e do ultra neoliberalismo econômico. O PT faz uma conexão com a realidade brasileira, afirmando que o sofrimento causado pelo governo de Jair Bolsonaro evidencia as consequências de um projeto semelhante.
É interessante notar que a manifestação do PT contrasta com o silêncio de seu principal líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora não tenha declarado formalmente apoio a Massa, o ex-presidente se reuniu com o candidato argentino em agosto, em Brasília.
Além disso, Lula também teria atuado nos bastidores para liberar um empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina, com o objetivo de ajudar o país a pagar uma dívida anterior com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Outro fator relevante é a presença de profissionais do marketing político ligados ao PT trabalhando na campanha de Massa. Esses profissionais, como Raul Rabelo, Otávio Antunes e Halley Arrais, têm buscado caracterizar uma eventual gestão do adversário Milei como um caos sem regras nem leis, usando estratégias semelhantes às utilizadas contra Bolsonaro no Brasil.
Com todas essas movimentações nos bastidores, fica claro que o PT está empenhado em apoiar a candidatura de Sergio Massa na Argentina. Resta agora aguardar os resultados do segundo turno e ver se o partido terá sucesso em sua estratégia de influência no país vizinho.