Em homenagem ao dia do psicólogo nada mais coerente do que resgatar os motivos dessa comemoração. Podemos, prontamente, parabenizar a Psicologia por sua contribuição científico-social quando se destaca das demais áreas do conhecimento formando seu próprio corpo teórico e fundamentando sua práxis.
Jovem, nostálgica, tímida, desafiadora, aspirante, inspiradora, singular, complexa, frágil, onipotente, em metamorfose constante e amparada em constructos tradicionais, a Psicologia constrói sua identidade na sociedade. Aos corpos e mentes que se utilizam desse saber ou saberes na tentativa de compreender os fenômenos subjacentes a matéria, uma salva de palmas pelo seu dia, psicólogo.
As linhas tênues (se é que existem!) que separam as concepções de Homem na Psicologia, que o divide e compreende como um todo, que se atacam e se articulam, só são capazes de responder a uma única questão: o que é ser psicólogo? Qualquer outra indagação pode ser respondida por meio de novos questionamentos.
Tornar-se um psicólogo é ultrapassar os limites da absorção do outro, da mera satisfação, da reprodução das práticas, do assistencialismo, da benevolência caritativa, da solidão e do medo. É respeitar o velho conhecimento, incorporando-o dentro das novas realidades que se apresentam, sem deixar de questioná-lo, compartilhando-o de forma crítica, responsabilizando pela produção de novos saberes ou, ao menos, acompanhando as mudanças oriundas do seu processo de reciclagem.
É render-se a condição de um eterno aprendiz, sem perder os alicerces de sua formação. É entender que a ajuda está além da oferta de apoio, entendimento e orientação. É abandonar uma postura maternal e seguir os passos de um professor, um educador que ensina como caminhar sozinho e tem a consciência de que as mesmas leis que regem o funcionamento psíquico do outro são as mesmas pra si mesmo.
E que, portanto, ser psicólogo é também assumir a condição de paciente, em todo momento em que essa necessidade estiver presente. É abandonar a máscara do complacente e considerar o antídoto da dor, como a própria dor, determinada pelo confrontamento da fantasia com a realidade orientada pela escuta, olhares, gestos e palavras do psicólogo.
É compartilhar compreensões, extrair explicações, provocar discussões e aperfeiçoamento das análises e de seu trabalho de modo geral, sem ignorar o respeito pela integridade do paciente, permitindo os avanços da psicologia. Parabéns a todos os Psicólogos.
Matéria: Kennedy Luiz