As comparações começaram a surgir instantaneamente, sendo o 7 de Setembro — data em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro costumam realizar grandes protestos — o principal alvo dessas reflexões. Muitos usuários da plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter) foram rápidos em destacar as disparidades de engajamento entre os dois atos. Com postagens carregadas de sarcasmo, algumas pessoas indagaram: “A militância esqueceu do evento?”, insinuando que o movimento não conseguiu mobilizar sua base de apoio. Outros, em um tom semelhante, sugeriram que a pequena participação poderia ser interpretada como um ensaio fechado, o que acentuou ainda mais a sensação de um apelo popular fraco.
A situação remete a um cenário mais amplo da polarização política no Brasil, onde manifestações e atos públicos têm se tornado não apenas uma forma de expressão, mas também um campo de batalha retórico entre diferentes ideologias. O contraste entre as mobilizações dos grupos de esquerda e os eventos massivos da direita tem servido como um termômetro da atual dinâmica política, evidenciando as dificuldades que algumas facções encontram para galvanizar apoio.
O episódio também levanta questões sobre a eficácia das estratégias de mobilização das organizações de esquerda, que, em tempos recentes, têm enfrentado desafios significativos para reunir simpatizantes. Ao mesmo tempo, a repercussão nas redes sociais mostra como a percepção pública e a capacidade de engajamento podem ser influenciadas não apenas pela quantidade, mas pela qualidade das mensagens e pela articulação das lideranças. Essa situação sugere uma necessidade de reflexão sobre a forma como movimentos sociais se comunicam e se conectam com suas bases, especialmente em um ambiente digital onde a visibilidade pode definir o sucesso ou o fracasso de um ato como esse.