As estimativas alarmantes apontam que, se um milhão de imigrantes forem deportados anualmente, o país poderá enfrentar uma perda de PIB que varia entre 4,2% e 6,8%, o que se traduz em uma diminuição significativa de US$ 1,1 trilhões a US$ 1,7 trilhões (ou R$ 6,65 a R$ 10,27 trilhões). Essa situação seria ainda mais exacerbada em estados como Texas, Flórida e Califórnia, onde a presença de imigrantes é considerável e a força de trabalho local depende fortemente deles.
Historicamente, a economia americana já enfrentou crises severas; a crise financeira de 2008, por exemplo, resultou em uma contração de 4,3%. O temor agora é que as deportações em larga escala provoquem um efeito dominó, elevando os custos de produtos e serviços em setores críticos, como agricultura, construção civil e assistência à saúde, onde os imigrantes ilegais têm um papel vital. Atualmente, há uma escassez notável de mão de obra em vários setores; por exemplo, apenas no setor de construção, aproximadamente 282 mil vagas se encontravam disponíveis em setembro de 2024, e a projeção é de que serão necessárias 454 mil pessoas para atender a demanda no ano seguinte.
Trump, por sua vez, prometeu implementar no início de sua presidência um dos maiores programas de deportação da história dos EUA, focando em remover aqueles que foram considerados criminosos. Ele também planeja apertar o controle sobre a imigração, incluindo a proibição da entrada de imigrantes de países considerados “problemáticos” e a revogação do direito à cidadania para filhos de imigrantes sem documentos. A implementação de tais políticas, conforme apontam os especialistas, não apenas ameaça o bem-estar dos imigrantes, mas também pode engendrar uma nova crise econômica nos Estados Unidos, refletindo a complexidade do tema da imigração e seu papel na sociedade e na economia do país.