Proposta de Trump para Gaza gera temor de novos ataques e afeta transporte marítimo no Mar Vermelho, segundo análises de especialistas no setor.



A proposta recente de Donald Trump em relação à situação em Gaza gerou uma onda de apreensão entre especialistas e empresários do setor de transporte marítimo. O temor é que, após os houthis do Iémen anunciarem a suspensão de seus ataques a navios no mar Vermelho, eles possam retomar essas ações agressivas em resposta às novas tensões provocadas pela proposta de Trump. O cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas, que poderia ter promovido um clima de estabilidade na região, agora parece ameaçado.

Jan Rindbo, CEO da empresa de transporte marítimo Norden, expressou sua preocupação com a incerteza que a estratégia de Trump traz. A proposta não só exacerba a tensão geopolítica no Oriente Médio, mas também instiga receios de que os houthis voltem a mirar em embarcações comerciais, especialmente aquelas vinculadas a Israel. Este cenário aumenta a incerteza em um setor que já vinha enfrentando desafios devido a tarifas comerciais e possíveis guerras comerciais, com perspectivas de um emagrecimento na economia global.

Recentemente, o trânsito pelo estreito de Bab-el-Mandeb registrou um aumento de 4%, reflexo direto da pausa nos ataques dos houthis, com exceção das embarcações israenses. Entretanto, a situação não é totalmente reconfortante; um operador de gás natural liquefeito de Omã anunciou a intenção de transportar sua primeira carga de gás não russo pelo mar Vermelho em mais de um ano, mas o clima de instabilidade ainda impede uma normalização total da navegação. A analista de risco marítimo Bridget Diakun destacou que, enquanto alguns navios estão começando a retomar suas rotas, muitos estão hesitantes, aguardando um cenário mais favorável.

Além disso, o CEO da Vespucci Maritime, Lars Jensen, comentou que as expectativas de um retorno seguro ao mar Vermelho foram frustradas. As declarações de Trump sobre Gaza não ajudaram a melhorar a confiança no ambiente marítimo da região, que já sofreu interrupções durante mais de um ano, aumentando custos e prolongando rotas comerciais.

Grandes empresas, como a Maersk, estimam que a situação possa melhorar apenas entre meados e o final de 2025, o que demonstra a gravidade da atual crise de navegação e a necessidade urgente de redução das tensões no Oriente Médio para assegurar a estabilidade das rotas comerciais cruciais.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo