Projeto de Lei garante direito ao reparo de veículos em oficinas independentes no Brasil, visando maior concorrência e redução de custos.



O mercado automobilístico brasileiro pode passar por uma mudança significativa com a possibilidade de aprovação do Projeto de Lei 2893/24, em análise na Câmara dos Deputados. Esse projeto visa instituir o direito ao reparo, conhecido como “right to repair” em inglês, que obriga as montadoras e importadores de veículos novos a garantir condições para o conserto em oficinas independentes.

De acordo com a proposta, as indústrias automobilísticas terão que disponibilizar manuais de reparo em um site próprio, além de equipamentos de diagnóstico que permitam a reparação dos veículos. Esse movimento busca fomentar a concorrência no setor e reduzir custos para os consumidores, seguindo uma tendência internacional que surgiu nos Estados Unidos em 2012.

Para evitar problemas de segurança que possam afetar a reputação das marcas, o projeto estabelece regras para a disponibilização desses materiais. Entre as principais exigências estão o credenciamento de oficinas, a possibilidade de cobrança pelo credenciamento, e a divulgação dos critérios de credenciamento para todos os interessados.

Além disso, a proposta determina que as concessionárias informem aos compradores de carros novos o valor das cinco primeiras revisões, destacando o preço das peças, e os procedimentos de reparo que não podem ser realizados fora da rede autorizada, sob pena de perda de garantia.

O deputado Waldenor Pereira (PT-BA), autor do projeto, ressalta que a exigência de utilização da rede autorizada pode configurar uma venda casada, o que é proibido pela legislação. Para Pereira, os produtores não podem limitar a atividade remunerada do reparo somente a eles mesmos ou a suas lojas autorizadas.

O próximo passo para o projeto se tornar lei é a análise pelas comissões de Indústria, Comércio e Serviços; Defesa do Consumidor; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovado nessas instâncias, o projeto ainda precisará passar pela votação na Câmara e no Senado para entrar em vigor e impactar o mercado automobilístico brasileiro.

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