Projeto de lei equipara agentes de vigilância sanitária a agentes comunitários de saúde e de combate às endemias e garante piso salarial de dois salários mínimos.



Na última quarta-feira, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que tem o potencial de significar grandes mudanças para agentes de vigilância sanitária, agentes indígenas de saúde e de saneamento. O projeto equipara esses agentes aos agentes comunitários de saúde (ACS) e de combate às endemias (ACE). Se aprovado definitivamente, eles terão direito a um piso salarial de dois salários mínimos, o que hoje equivale a R$ 2.640.

O projeto de lei ainda precisa passar por algumas etapas antes de se tornar lei, incluindo análise das comissões de Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania, além da aprovação pelo Senado. O texto aprovado foi um substitutivo do relator, deputado Carlos Veras (PT-PE), ao Projeto de Lei 1126/21, do deputado Wilson Santiago (Republicanos-PB). Originalmente, o projeto de lei propunha equiparar apenas os agentes de vigilância sanitária, mas o substitutivo ampliou o escopo.

Ao comentar a proposta, o deputado Veras ressaltou a importância de estender os benefícios também aos agentes indígenas, que muitas vezes enfrentam os mesmos problemas que os agentes comunitários de saúde, como vínculos precários, insegurança jurídica e descontinuidade dos contratos.

Em termos práticos, o projeto altera a Lei 11.350/06, que regulamenta o trabalho de ACS e de ACE. Além disso, define vigilância sanitária como o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.

No que diz respeito aos agentes indígenas, o texto estabelece que eles serão contratados por meio de processo seletivo público, com participação das comunidades indígenas. Além disso, devem realizar ações de primeiros socorros, considerando práticas e saberes tradicionais, e planejar soluções de saneamento adequadas e viáveis para as comunidades indígenas, todas reguladas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Essa aprovação representa um passo importante em direção à valorização e reconhecimento do trabalho desses profissionais, que desempenham um papel fundamental na promoção da saúde e prevenção de doenças em diversas comunidades. É um marco importante na luta pela garantia de direitos iguais e justiça para todos os trabalhadores da área da saúde.

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