O Metrópoles realizou uma investigação em oito postos de leitura da íris na cidade de São Paulo e testemunhou diversas situações peculiares. Desde famílias inteiras buscando arrecadar as moedas virtuais até idosos sendo levados pelas mãos de parentes para participar do procedimento. Muitas pessoas parecem ignorar os alertas de especialistas sobre os riscos da prática e se lançam de cabeça na oportunidade de ganhar dinheiro fácil.
A empresa responsável pelo projeto, a World, juntamente com bilionários do ramo da inteligência artificial, defende que a iniciativa tem como objetivo provar a identidade única de cada ser humano, em meio aos avanços da IA. No entanto, países como Espanha e Alemanha já proibiram a prática devido a dúvidas sobre as reais intenções da empresa e a segurança dos dados coletados.
Apesar das controvérsias, centenas de milhares de pessoas continuam comparecendo aos postos de coleta para participar do processo. Entre relatos de grupos familiares que passaram pelo escaneamento da íris em busca das moedas virtuais e referências religiosas que envolvem o procedimento, a busca pelo dinheiro parece ser o principal motivador para a participação no projeto.
Os postos de verificação da íris apresentam fachadas diversas, desde salas envidraçadas em shoppings até simples comércios de bairro. As máquinas “orbs” se destacam com seu design futurista, atraindo a atenção dos participantes em potencial. Apesar das explicações sobre o objetivo do projeto, muitas pessoas parecem estar mais interessadas no incentivo financeiro do que em questões de segurança digital.
Diante de questões éticas e legais levantadas por especialistas e autoridades de proteção de dados, a World enfrenta desafios para manter a operação em andamento. A empresa responde às críticas afirmando que a iniciativa busca promover a segurança online e fornecer oportunidades para aqueles que de outra forma estariam excluídos do sistema financeiro.
Com mais de 400 mil pessoas cadastradas no Brasil, a World segue em meio a polêmicas e investigações, enquanto as filas para a leitura da íris continuam crescendo nas ruas de São Paulo, alimentadas pela promessa de ganhos financeiros fáceis. O debate sobre a privacidade dos dados e os verdadeiros propósitos por trás do projeto continuam a gerar polêmica e incertezas entre os participantes e críticos da iniciativa.